José Heitor da Silva (Escultor)
Biografia:
"Nascido em 14 de novembro de 1937 na cidade de Além Paraíba, filho de ferreiro empregado da então Estrada de Ferro Leopoldina.
Descobriu o seu talento de escultor em uma noite chuvosa quando ainda um jovem garoto, sozinho em sua casa, começou a fazer escultura de crianças para lhe fazerem companhia e aplacarem o medo. Depois do ocorrido começou a se divertir esculpindo os amigos reais durante as brincadeiras, até que incentivado por uma professora passou a aperfeiçoar os traços utilizando madeira. José Heitor desde então, constrói e reforma imagens sacras e imagens de personagens da cidade em tamanho natural como a famosa "Carijó", esculpida por ocasião do centenário da cidade, em 1983.
José Heitor da Silva foi alfabetizado por uma professora particular, em sua casa. Em seguida, concluiu o curso primário no Grupo Escolar Alfredo Castelo Branco. Começou a trabalhar cedo, como cobrador de uma empresa de ônibus da cidade. Depois foi cobrador do Asilo de cegos de Santa Rosa e da fábrica de Doces Gaúcho, ambos na cidade de Niterói (RJ). Em fins de 1951, aos quatorze anos de idade, retornou a Além Paraíba e ingressou no Senai, onde se formou como ajustador mecânico.
Já como ferroviário, passou pelas oficinas da Leopoldina, onde se habilitou como mecânico de freios e ar comprimido para locomotivas e carros de passageiros. Trabalhou na Rede Ferroviária (que em 1958 encampou praticamente todas as estradas de ferro existentes no país) até 1983, quando se aposentou. Em 1964, casou-se com Nilda Pereira da Silva, com quem tem quatro filhos".
José Heitor é mais um artista alemparaibano que teve que "atravessar a ponte" para ter seu trabalho reconhecido e foi no posto Cotril que viu sua arte ganhar o país através da BR116. Ele levava suas esculturas para expor no posto de gasolina e lá ficava esperando que surgisse um apreciador. Rosário Fusco, poeta cataguasense e um dos criadores da Revista Verde, foi um dos que reconheceram o valor de sua arte ajudando a divulgá-la.
Quando fala da comercialização de suas esculturas, José Heitor é enfático: "Minhas esculturas são como filhos tem valor, mas não tem preço. Então, quando exponho com o intuito de comercializá-las peço aos donos das galerias que deem os preços. Não posso vender meus filhos".
(Fonte: Memória Viva da Cultura de Além Paraíba e Região/Andrea Toledo)